domingo, 23 de outubro de 2011

Borboletas no estômago

Eu precisava de alguém que chacoalhasse meu mundo
Alguém que me arrancasse dessa insossa rotina
Pra eu poder enxergar o mundo em forma de coração
É que ando tão cansada de mim.
Só queria ser levada em uma aventura
Sonhar de novo
Ver com olhos de primeira vez
Queria alguém que alterasse meus hormônios
Minha química
Ah! As borboletas no estômago
Um motivo para esperar
O cheiro da novidade
Isso é que é viver!
Não consigo adorar o mais ou menos
Não me conformo com o bom
Eu quero o ótimo, o etéreo, o surreal.

Débora Borsatti

sábado, 1 de outubro de 2011

O cheiro do novo


Adoro essa época do ano em que o clima começa a esquentar e o final do ciclo vai se proximando.
Tem um cheiro parecido com o de livro novo, é um cheiro de férias, um aroma diferente, quase um incenso de liberdade.
É a renovação que vai aparecendo de mansinho.
A despedida do inverno e da introspecção que lhe cabe.
Abram alas para o coquetel da primavera, que precede a festança do verão.
Há quem se sinta deprimido no final do ano, eu não.Vou me enchendo de graça e novas esperanças.
É tão bom fazer aquele balanço do que foi e aguardar o que está por vir.Como se ganhássemos outra chance de realizações, um renascer, de cronômetro zerado.
Claro que é um período pra lá de turbulento. O ritmo de trabalho acelera, a gente corre para a academia ou literalmente corre na rua mesmo, pra descontar os quilos a mais da hibernação, quem estuda quase tem um ataque com os exames finais, fazemos prestações imensas nas compras, mas enfim é tudo isso que nos move.
O poeta Drummond escreveu que "quem teve essa ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a trabalhar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra adiante vai ser diferente".
Quando li pela primeira vez fiquei extasiada com tamanha verdade.
Por mais que rituais de final de ano sejam quase como um grande deja vu, eu não me canso de repetir. Que maravilha poder juntar a família, até mesmo aquela tia desagradável, que todo mundo tem, afinal (não há família perfeita uma vez que é feita de humanos). Celebrar a passagem do ano com quem amamos é uma delícia!
Pode parecer muitas vezes que "os votos" sejam ditos sem sentimento, mas acredito que o mero uso de palavras doces permite que paire no ar uma magia, alguns conseguem perceber.
Sei que estou um tanto adiantada para a essa conversa toda, perdão, não pude me conter. É que eu já sinto aquele cheiro.

Dèbora Borsatti